Armored Core V

Armored Core V

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3.5/5Classificação média
Especificações
  • Playstation 3:
  • Xbox 360:

Existem uma data de teorias sobre o facto dos jogos mech terem morrido, mas acho que a pergunta passa mais porque motivo os jogos mech estão de volta.

Provavelmente estas duas questões até estão interligadas, talvez seja uma questão de inovação.

Talvez o estilo gráfico mais avançado tenha ajudado ao regresso deste estilo de jogos.

Ao experimentar este jogo eu não estava muito convencido de que seria um jogo que muitos poderiam querer jogar.

Já tinha tido algumas experiências com os Jogos Armored Core mas nunca a ponto de jogar do início ao fim. Desta vez quis olhar para o jogo de um outro prisma. O tutorial não podemos dizer que é a ajuda das ajudas, basicamente dizia para destruir tudo.

A conclusão que comecei por tirar foi de o jogo ser um pouco arcaico, obtuso e muito frustrante desta nova geração de consolas. Mas podemos dizer também que é um jogo muito ambicioso.

Não é suposto os jogos Mech serem jogos emocionais, mas existem por aí jogadores que adoram este tipo de jogos, não pelo jogo em si mas sim pelo lado mais técnico, o facto de podermos configurar de uma maneira meticulosa, a nossa maneira, ajustes com precisão para que as missões sejam executadas com sucesso. Mas no que toca a ter algo agradável neste jogo isso simplesmente não acontece.

Já tive o azar de jogar alguns jogos maus, os jogos em geral costumam ter no mínimo um destes aspectos, história coesas ou um sentido de atmosfera muito real, mas este jogo não tem nada disto. É quase como se a “From Software” tivesse colocado um letreiro no jogo que dissesse que era proibido divertir-se.

Não deveria ser assim que se constroem jogos, estamos a correr numa grande máquina de metal, destruir coisas deveria ser o tipo de experiência que nos faz sentir quentes por dentro. Deveríamos estar a gritar “toma lá disto seu piiiiiiiii” para o nosso ecrã à medida que rasgamos um mech inimigo e saltar para cima e para baixo à medida que conseguimos “raspar” através de uma missão com apenas um míssil e uma réstia de saúde restantes.

Nada disso acontece aqui, em vez disso provavelmente vais-te encontrar caído em frente à TV atravessando os movimentos: mover, disparar, mover, disparar, destruir, seguir a rota até ao próximo hot spot.

É tão decepcionante que realmente nos transmitiu uma sensação de frustração indescritível (será que as nossas expectativas estariam altas de mais?).

A pior coisa é que é difícil identificar realmente “os fracos” do jogo, os controlos são bons e receptivos e os mecanismos em jogo também funcionam bem.

O modo de jogo single-player é dividido em “missões de ordens”, que são curtas e directas ao assunto, depois tem as missões da história que, apesar do nome, não têm nada remotamente parecido com um enredo coeso e balança descontroladamente entre ser fácil e irritantemente difícil, ao ponto de invocarmos injustiça várias vezes.

O multiplayer online, que é justo dizer que é o foco principal do jogo, é moderadamente melhor. Vais criar ou participar de uma equipa e participar em missões de história ou batalhas online contra oponentes. A ação é um pouco mais interessante do que no modo offline, o que não seria particularmente difícil, mas ainda não têm nada remotamente parecido com encanto ou personalidade.

Se tens um grupo decente de companheiros de equipa, é muito provável que serás capaz de obter algum gozo e, ousamos dizer, que talvez até te esqueças de toda a experiência anterior, mas caso contrário é quase tão estéril como o modo offline.

Há uma enorme variedade de opções de personalização disponíveis para aqueles que estão tão aborrecidos e desinteressados e que não têm nada melhor para fazer, mas quando o objectivo final é levá-lo para a batalha, é difícil perceber por que alguém se incomoda em fazê-lo. Também não ajuda que From Software claramente decidiu em algum momento durante o desenvolvimento do jogo dispensar qualquer coisa que possa oferecer algum grau de intuição nos ecrãs, porque, a menos que já tenham alguma experiência anterior, vais acabar muito confuso.

Talvez estejamos a ser muito duros, e também já nos foi dito por alguns fãs de longa data da série que nós simplesmente não “entendemos”, mas estamos dispostos a admitir que esse é certamente o caso. Nós não percebemos porque alguém poderá pensar que o jogo é divertido, não entendemos porque alguém irá querer perder imenso tempo a preparar o seu mech para as batalhas virtuais menos interessantes desta geração, não entendemos porque os produtores pensaram que a completa e total falta de direcção no jogo não seria um problema.

Conclusão…

Lamentamos, mas nós gostamos que os jogos sejam divertidos, e se eles não conseguirem competir nessa frente, em seguida, que sejam interessantes, ou pelo menos que tenham algo memorável. Em Armored Core V não encontramos nenhuma dessas coisas, assim como praticamente tudo o resto que possa fazer um jogo que queiramos jogar, muito embora admitimos que quando tudo estiver dito e feito podemos afirmar que pelo menos é uma grande cura para a insónia.

Perplera
Perplera

Perplera é o fundador do projeto Strong Player que iniciou em 2010 e que no inicio era somente uma revista interactiva.
É um aficionado pelo mundo dos videojogos e da impressão 3D, e gosta principalmente de jogos de ação e com história.
Dá sempre o seu melhor em tudo o que se mete e ainda arranja tempo para fazer umas streams na Twitch

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